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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

POLÍTICA, UM POUCO DE REFLEXÃO.

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Para Fanon, as pessoas tem uma tendência natural à relutância, ao passo que, se o parafrasearmos, possuem uma tendência "naturalizada" a ser líderes e a dominar, em oposição factual, de às vezes, serem dirigidas, dominadas e deixar-se alienar.



É facilmente inteligível, que as conquistas burguesas, ao longo da história, têm precedentes em duas faces distintas e interconectadas: para exemplificar o resultado de perda ou vitória entre dominador e dominado, uso a metáfora, de dois lutadores de boxe sem os códigos de ética do jogo, um deles (de aspecto fraco) vence o oponente (de aspecto forte) e o deixa caído no chão; a atitude do vencedor é um tanto de cortesia, ao passo que, já vencedor, tenta ajudar seu amigo (ou oponente) a se levantar. É nessa parte da luta que jaze um segredo reflexivo de relações mútuas. O fato de o oponente estar caído no chão pode pressupor que ele está vencido, e é obvio em um primeiro momento; mas nada impede que de maneira dissimulada, ele esteja fingindo estar vencido, para no momento oportuno dar seu golpe fatal. 
As lutas de classes tem sido motivos de grandes conquistas e fracassos ao longo dos tempos. Mas o que quero enfaticamente, e até com um caráter sintético é extrair as duas faces da situação: apesar de vencedor, a aproximação com o oponente deve ser sob medida. 
Assim, NAS LUTAS SOCIAIS, onde as classes menos favorecidas apenas gozam de algumas ações do governo pelas lutas incansáveis, os sangues derramados e as incessantes cobranças (isto é óbvio), PERMANECE um agravo interno, que desfavorece a emancipação e a vitória verdadeira dos povos proletários, trabalhadores rurais, sindicalistas etc. (para fazer referência ao lutador de caráter mais fraco); ao passo que FAVORECE a supremacia e hegemonia do outro lado da luta: os dominadores e os opressores ( para fazer referencia ao lutador de caráter forte).
Com esses exemplos, entendo que, duas forças precedentes, não naturais, porém naturalizadas, garantem o sucesso das classes dominantes: de um lado está todas as estratégias de dominação, e a posse hereditária do poder, na iniciativa pública e na iniciativa privada, ou na convergência de ambas. De outro lado está a classe dominada, não totalmente organizada, onde as forças midiáticas dissimuladas e as estratégias neolinguísticas e discursivas contribuem para o SURGIMENTO DE PESSOAS, das classes desfavorecidas, que se deixam alienar-se (às vezes de maneira consciente), e praticam as mesmas ações do dominador. Tais pessoas são usadas como massa de manobra, para minar a organização da sociedade civil.
Em síntese, não é por causa do aspecto forte do nosso oponente nem é por causa do aspecto fraco das classes pobres, proletárias e trabalhadoras rurais que não temos uma sociedade mais justa, partilhada, progressista, segura, produtiva e emancipada, (vencedora), é  INDISCUTIVELMENTE por causa do apego e da alienação aos costumes do dominador, por parte de alguns dos dominados, uma arma voluntária (um gol contra) dentro do processo de luta de classes.


                                                                                                                                       Isaque de Freitas